Dores inesquecíveis
>> sábado, 23 de abril de 2005
Como foi difícil pra Melissa nascer... Depois de passar tanto tempo tomando remédios para segurar as contrações, quando chegou a hora eu não sentia nada e tive que ser internada pra induzir o parto.
Dia 1 completou 40 semanas e nem sinal da Melissa sair. Por isso antes de completar 41 semanas o médico achou melhor me internar. Dizem que a criança pode nascer até a 42ª semana, mas a clínica tem como regra não esperar até o último momento, porque nunca se sabe o que pode acontecer, de repente tem alguma complicação e pode ser tarde demais, todo cuidado é pouco quando se lida com vidas. Achei sensato e concordei .
Assim, dia 7 fui internada às 3 da tarde e começou os preparativos.
Como não tinha dilatado nada, como conseqüência, os ossos da bacia tampouco se separaram.
Início do meu martírio (dia 7 - quinta-feira):
Tão logo me instalei no quarto, me deram uma camisola e uma calcinha E-NOR-ME pra eu usar. Logo fui chamada pra colocar o que eles chamaram de "palitos". Não vi o que era, mas imagino que eram palitos de algodão como o ob* só que mais finos, porque iam contando enquanto colocavam e eu ouvi contarem até 15. Imagino que sejam como o ob* porque me explicaram que iam colocar os palitos e depois um chumaço de algodão molhado pra que os palitos absorvam a água e dobrem o tamanho. Isso tudo pra forçar os ossos a separarem. Não doeu, senti apenas um leve incômodo.
No quarto, já "entrei" no soro e passei a noite assim.
2º dia (dia 8 - sexta-feira):
Me acordaram às 6 da manhã e o médico tirou os palitos e colocou uma bexiga que encheu com um líquido. Meu Deus, como doeu... Enquanto a bexiga estava vazia, beleza, mas quando começou a encher... affe...
Quando acabou eu tinha que ficar deitada na sala de contrações que fica ao lado da sala de parto, lá tem uma série de aparelhos que monitoram as contrações e as batidas cardíacas do bebê. Mal conseguia me levantar da cadeira de tanta dor, andar então, nem pensar. Mas eu tinha que andar até a sala... A enfermeira praticamente me carregou até lá.
Já deitada na cama, colocaram um remédio no soro, imagino que seria para dar contrações, e mais um comprimido que eu tomava de hora em hora.
Logo os remédios começaram a fazer efeito e começaram as dores. Que dor horrível!!! A barriga endurece, as costas doem, parece cólica de caganeira 100 vezes mais forte...
Passei o dia inteiro assim, nem conseguia comer, me trouxeram o café da manhã e depois o almoço que eu comi pra vomitar em seguida, a dor era forte demais. Passei o dia à base de líquidos, estava quente e eu tinha muita sede.
Às 5 da tarde terminava o expediente deles e, como ainda não tinha nascido, tiraram o remédio do soro, a bexiga e voltei pro quarto, exausta...
3º dia (dia 9 - sábado):
Novamente fui acordada às 6 da manhã e me colocaram uma bexiga maior que, obviamente, doeu mais ainda quando estava enchendo.
Mais um dia inteiro sentindo dores horrorosas e nenhum sinal de dilatação.
Como tinha mais 2 camas na sala, eu ouvia quando tinha outra mãe junto no quarto. Que terrível começar juntas e ver as outras mães terem seus filhos, eu ouvia o choro das crianças quando nasciam. Me sentia feliz por aquela vidinha nova, mas frustrada por não conseguir ter a minha.
Houve situações engraçadas, como quando uma mulher que estava ao lado entrou em trabalho de parto, na hora das contrações mais fortes eu ouvi uns peidinhos... Daria risada se eu não estivesse sentindo tantas dores. Outra mulher, eu ouvia a respiração entrecortada de quando vinha a contração, era hora do almoço e imagino que como eu ela não sentia fome por causa das dores. Ela parecia sufocada pela dor e eu ouvia o marido tomando o missoshiru, comendo o tsukemono... insensível... rs...
Já era sábado, e o médico me deu alta explicando que a criança estava bem, o coração batia normalmente e a placenta ainda estava em boas condições. Que era pra eu descansar no final de semana e tentar novamente na semana seguinte.
4º dia (dia 11 - segunda-feira):
Depois de descansar domingo em casa, segunda já voltei à clínica para ser examinada. Além do ultra-som de praxe, fizeram uma série de exames e constataram que a Melissa estava bem. Fiquei aliviada. Amanhã vou ser internada novamente.
5º dia (dia 12 - terça-feira):
Fui de manhã cedinho pra clínica e começou tudo novamente. Bexiga, soro, comprimidos, dores, dores, dores...
Mas novamente, apenas contrações sem dilatação. Ela ainda não nasceu.
O médico veio conversar comigo. 42 semanas é o prazo máximo que eles dão pra uma criança nascer, pois a partir disso a placenta começa a envelhecer e falta alimento à criança, há ainda o risco da criança começar a cagar dentro do útero. Mas no meu caso, a placenta ainda estava boa e a Melissa se comportou direitinho lá dentro, então não tinha problema se passasse um pouco desse tempo. Mas no dia seguinte iam trocar o remédio pra que eu sentisse dores mais fortes nas contrações. Só faltava dilatar, os ossos se separaram completamente e estavam na posição pra deixar passar uma criança.
6º dia (dia 13 - quarta-feira):
Como eu já sabia que não conseguiria comer nada o dia inteiro, acordei um pouco antes das 6 e comi um pãozinho que levei, logo me chamaram e começou: bexiga, remédio no soro, comprimidos, dores... E que dor, meu Deus!!! Nunca senti uma dor tão forte na minha vida. Nem quando quebrei o braço doeu tanto. Eu não conseguia sequer respirar. Não entendo como tem mulheres que gritam na hora do parto... acho isso impossível, a dor é tão forte que não sai voz, pelo menos no meu caso eu não conseguia nem puxar o ar de volta aos meus pulmões.
Na terceira contração o coração da Melissa caiu bruscamente, ficou beeeem fraquinho. Minha sorte foi a enfermeira estar junto com a mulher que estava deitada ao lado (ela estava passando mal) e logo percebeu algo anormal em mim e veio correndo olhar. Sorte porque eu não conseguia me mexer, não conseguiria chamar ninguém. Me colocaram no oxigênio e chamaram o médico que na hora já mandou trocar o soro. Parou todas as contrações e o coração dela voltou ao normal.
Não preciso nem falar que entrei em pânico. Comecei a chorar e não conseguia parar. O médico olhava pra mim e falava:
"- Calma... ela está bem agora. Respira fundo, lentamente senão vai faltar oxigênio pro feto."
Fiquei mais desesperada, não conseguia respirar direito, não conseguia parar de chorar.
Ligaram em casa pra que o Hélio fosse imediatamente ao hospital, só que ele estava de yakin e só voltaria às 8:30, eram 6:30. Falaram com minha mãe e ficamos aguardando.
Não tinha jeito, tinha que fazer cesárea. Na verdade, ele já queria me operar. Bastava o Hélio autorizar. Mas como eu tinha comido um 'pãozinho' e era perigoso eu me engasgar com esse maldito, foi marcado pra 1 da tarde.
Eu imagino o susto do Hélio, voltar pra casa e logo receber a notícia que houve complicações, ir pra clínica e me encontrar num estado deplorável: com um tubo de oxigênio enfiado no nariz e chorando sem parar, eu devia estar toda inchada.
Começaram os preparativos: tiraram meu esmalte, me depilaram...
Na hora marcada fui levada em uma cadeira de rodas à sala de cirurgia. Tive que ficar totalmente nua. Me aplicaram 2 injeções super-hiper-doloridas no braço, ficou roxo até depois de eu sair do hospital. Me deitaram de lado e me aplicaram a anestesia na coluna.
Fiquei um tempo lá até começar a fazer efeito, prenderam meus braços e me colocaram um monte de coisas pra monitorar o coração, a pressão, e mais um negócio no dedo, que até hoje não sei pra que servia aquilo, fora o soro que eu não tirei desde que fui internada.
Chamaram o Hélio e começaram. Fiquei o tempo todo de olhos fechados. Me falaram pra não mexer a cabeça por causa da anestesia, isso poderia me causar dores de cabeça terríveis.
Cortaram e começaram a mexer. O Hélio passou mal e saiu... hehehe... mas acho que foi melhor assim, eu tinha pedido pra ele me acompanhar porque estava com muito medo e o médico permitiu. Mas foi melhor ele ter saído, eu passei muito mal. Perdi muito sangue e minha pressão caía toda hora. Fiquei com anemia profunda por causa da perda de sangue também. Teve uma hora que eu pensei que fosse desmaiar, começou a formigar tudo e eu senti que ia perder os sentidos, fiquei quieta. O médico se assustou porque mesmo com a recomendação pra não me mexer, eu fiquei me debatendo o tempo todo... XP Eu estava passando mal, caramba... Eu preferia ter desmaiado, mas logo aplicaram uma injeção no soro pra minha pressão voltar ao normal. Foram 20 minutos até ela sair e mais 2 horas mais ou menos até limparem e me grampearem. Isso mesmo, aqui eles não dão pontos, eles grampeiam. Dá até pra ouvir o barulho do grampeador... É engraçado. Mas naquela hora, eu só queria que ele terminasse logo, eu não agüentava mais. A anestesia começou a passar e eu sentia dores. Conseguia até mexer minha perna direita. Que sofrimento!!!
Dizem que as dores do parto a gente esquece logo. MENTIRA! Jamais vou esquecer o que passei. Tanta dor, tanto mal estar, tanto medo... Mas graças a Deus, ela nasceu bem. É uma criança grande, gordinha e perfeita. Não pude me conter e chorei quando me mostraram logo que ela saiu. Ela estava com o pé enroscado em algum lugar e eles tiveram dificuldade pra puxar. É uma sensação estranha quando se sente a criança saindo. Não dói, mas é estranho.
Limparam-na e levaram pro Hélio ver lá fora. Depois ele me disse que pôde segurá-la no colo, minha mãe também carregou um pouco. Gostei disso, foram atenciosos com a família.
Por ter sido cesárea tinha que ficar 10 dias internada depois do parto, saí com 9 (no total 14 dias), eu não agüentava mais.
Este post é pra todos aqueles que me olham torto quando falo que fiz cesárea. As pessoas têm um certo preconceito apenas em ouvir a palavra. Mas nem sempre a cesárea é sinônimo de comodismo, é uma necessidade. Eu queria demais que o parto fosse normal e tentei até as últimas conseqüências. O médico também colaborou e me deu toda a assistência necessária. Não me arrependo de nada apesar do susto enorme que levei.
Dia 1 completou 40 semanas e nem sinal da Melissa sair. Por isso antes de completar 41 semanas o médico achou melhor me internar. Dizem que a criança pode nascer até a 42ª semana, mas a clínica tem como regra não esperar até o último momento, porque nunca se sabe o que pode acontecer, de repente tem alguma complicação e pode ser tarde demais, todo cuidado é pouco quando se lida com vidas. Achei sensato e concordei .
Assim, dia 7 fui internada às 3 da tarde e começou os preparativos.
Como não tinha dilatado nada, como conseqüência, os ossos da bacia tampouco se separaram.
Início do meu martírio (dia 7 - quinta-feira):
Tão logo me instalei no quarto, me deram uma camisola e uma calcinha E-NOR-ME pra eu usar. Logo fui chamada pra colocar o que eles chamaram de "palitos". Não vi o que era, mas imagino que eram palitos de algodão como o ob* só que mais finos, porque iam contando enquanto colocavam e eu ouvi contarem até 15. Imagino que sejam como o ob* porque me explicaram que iam colocar os palitos e depois um chumaço de algodão molhado pra que os palitos absorvam a água e dobrem o tamanho. Isso tudo pra forçar os ossos a separarem. Não doeu, senti apenas um leve incômodo.
No quarto, já "entrei" no soro e passei a noite assim.
2º dia (dia 8 - sexta-feira):
Me acordaram às 6 da manhã e o médico tirou os palitos e colocou uma bexiga que encheu com um líquido. Meu Deus, como doeu... Enquanto a bexiga estava vazia, beleza, mas quando começou a encher... affe...
Quando acabou eu tinha que ficar deitada na sala de contrações que fica ao lado da sala de parto, lá tem uma série de aparelhos que monitoram as contrações e as batidas cardíacas do bebê. Mal conseguia me levantar da cadeira de tanta dor, andar então, nem pensar. Mas eu tinha que andar até a sala... A enfermeira praticamente me carregou até lá.
Já deitada na cama, colocaram um remédio no soro, imagino que seria para dar contrações, e mais um comprimido que eu tomava de hora em hora.
Logo os remédios começaram a fazer efeito e começaram as dores. Que dor horrível!!! A barriga endurece, as costas doem, parece cólica de caganeira 100 vezes mais forte...
Passei o dia inteiro assim, nem conseguia comer, me trouxeram o café da manhã e depois o almoço que eu comi pra vomitar em seguida, a dor era forte demais. Passei o dia à base de líquidos, estava quente e eu tinha muita sede.
Às 5 da tarde terminava o expediente deles e, como ainda não tinha nascido, tiraram o remédio do soro, a bexiga e voltei pro quarto, exausta...
3º dia (dia 9 - sábado):
Novamente fui acordada às 6 da manhã e me colocaram uma bexiga maior que, obviamente, doeu mais ainda quando estava enchendo.
Mais um dia inteiro sentindo dores horrorosas e nenhum sinal de dilatação.
Como tinha mais 2 camas na sala, eu ouvia quando tinha outra mãe junto no quarto. Que terrível começar juntas e ver as outras mães terem seus filhos, eu ouvia o choro das crianças quando nasciam. Me sentia feliz por aquela vidinha nova, mas frustrada por não conseguir ter a minha.
Houve situações engraçadas, como quando uma mulher que estava ao lado entrou em trabalho de parto, na hora das contrações mais fortes eu ouvi uns peidinhos... Daria risada se eu não estivesse sentindo tantas dores. Outra mulher, eu ouvia a respiração entrecortada de quando vinha a contração, era hora do almoço e imagino que como eu ela não sentia fome por causa das dores. Ela parecia sufocada pela dor e eu ouvia o marido tomando o missoshiru, comendo o tsukemono... insensível... rs...
Já era sábado, e o médico me deu alta explicando que a criança estava bem, o coração batia normalmente e a placenta ainda estava em boas condições. Que era pra eu descansar no final de semana e tentar novamente na semana seguinte.
4º dia (dia 11 - segunda-feira):
Depois de descansar domingo em casa, segunda já voltei à clínica para ser examinada. Além do ultra-som de praxe, fizeram uma série de exames e constataram que a Melissa estava bem. Fiquei aliviada. Amanhã vou ser internada novamente.
5º dia (dia 12 - terça-feira):
Fui de manhã cedinho pra clínica e começou tudo novamente. Bexiga, soro, comprimidos, dores, dores, dores...
Mas novamente, apenas contrações sem dilatação. Ela ainda não nasceu.
O médico veio conversar comigo. 42 semanas é o prazo máximo que eles dão pra uma criança nascer, pois a partir disso a placenta começa a envelhecer e falta alimento à criança, há ainda o risco da criança começar a cagar dentro do útero. Mas no meu caso, a placenta ainda estava boa e a Melissa se comportou direitinho lá dentro, então não tinha problema se passasse um pouco desse tempo. Mas no dia seguinte iam trocar o remédio pra que eu sentisse dores mais fortes nas contrações. Só faltava dilatar, os ossos se separaram completamente e estavam na posição pra deixar passar uma criança.
6º dia (dia 13 - quarta-feira):
Como eu já sabia que não conseguiria comer nada o dia inteiro, acordei um pouco antes das 6 e comi um pãozinho que levei, logo me chamaram e começou: bexiga, remédio no soro, comprimidos, dores... E que dor, meu Deus!!! Nunca senti uma dor tão forte na minha vida. Nem quando quebrei o braço doeu tanto. Eu não conseguia sequer respirar. Não entendo como tem mulheres que gritam na hora do parto... acho isso impossível, a dor é tão forte que não sai voz, pelo menos no meu caso eu não conseguia nem puxar o ar de volta aos meus pulmões.
Na terceira contração o coração da Melissa caiu bruscamente, ficou beeeem fraquinho. Minha sorte foi a enfermeira estar junto com a mulher que estava deitada ao lado (ela estava passando mal) e logo percebeu algo anormal em mim e veio correndo olhar. Sorte porque eu não conseguia me mexer, não conseguiria chamar ninguém. Me colocaram no oxigênio e chamaram o médico que na hora já mandou trocar o soro. Parou todas as contrações e o coração dela voltou ao normal.
Não preciso nem falar que entrei em pânico. Comecei a chorar e não conseguia parar. O médico olhava pra mim e falava:
"- Calma... ela está bem agora. Respira fundo, lentamente senão vai faltar oxigênio pro feto."
Fiquei mais desesperada, não conseguia respirar direito, não conseguia parar de chorar.
Ligaram em casa pra que o Hélio fosse imediatamente ao hospital, só que ele estava de yakin e só voltaria às 8:30, eram 6:30. Falaram com minha mãe e ficamos aguardando.
Não tinha jeito, tinha que fazer cesárea. Na verdade, ele já queria me operar. Bastava o Hélio autorizar. Mas como eu tinha comido um 'pãozinho' e era perigoso eu me engasgar com esse maldito, foi marcado pra 1 da tarde.
Eu imagino o susto do Hélio, voltar pra casa e logo receber a notícia que houve complicações, ir pra clínica e me encontrar num estado deplorável: com um tubo de oxigênio enfiado no nariz e chorando sem parar, eu devia estar toda inchada.
Começaram os preparativos: tiraram meu esmalte, me depilaram...
Na hora marcada fui levada em uma cadeira de rodas à sala de cirurgia. Tive que ficar totalmente nua. Me aplicaram 2 injeções super-hiper-doloridas no braço, ficou roxo até depois de eu sair do hospital. Me deitaram de lado e me aplicaram a anestesia na coluna.
Fiquei um tempo lá até começar a fazer efeito, prenderam meus braços e me colocaram um monte de coisas pra monitorar o coração, a pressão, e mais um negócio no dedo, que até hoje não sei pra que servia aquilo, fora o soro que eu não tirei desde que fui internada.
Chamaram o Hélio e começaram. Fiquei o tempo todo de olhos fechados. Me falaram pra não mexer a cabeça por causa da anestesia, isso poderia me causar dores de cabeça terríveis.
Cortaram e começaram a mexer. O Hélio passou mal e saiu... hehehe... mas acho que foi melhor assim, eu tinha pedido pra ele me acompanhar porque estava com muito medo e o médico permitiu. Mas foi melhor ele ter saído, eu passei muito mal. Perdi muito sangue e minha pressão caía toda hora. Fiquei com anemia profunda por causa da perda de sangue também. Teve uma hora que eu pensei que fosse desmaiar, começou a formigar tudo e eu senti que ia perder os sentidos, fiquei quieta. O médico se assustou porque mesmo com a recomendação pra não me mexer, eu fiquei me debatendo o tempo todo... XP Eu estava passando mal, caramba... Eu preferia ter desmaiado, mas logo aplicaram uma injeção no soro pra minha pressão voltar ao normal. Foram 20 minutos até ela sair e mais 2 horas mais ou menos até limparem e me grampearem. Isso mesmo, aqui eles não dão pontos, eles grampeiam. Dá até pra ouvir o barulho do grampeador... É engraçado. Mas naquela hora, eu só queria que ele terminasse logo, eu não agüentava mais. A anestesia começou a passar e eu sentia dores. Conseguia até mexer minha perna direita. Que sofrimento!!!
Dizem que as dores do parto a gente esquece logo. MENTIRA! Jamais vou esquecer o que passei. Tanta dor, tanto mal estar, tanto medo... Mas graças a Deus, ela nasceu bem. É uma criança grande, gordinha e perfeita. Não pude me conter e chorei quando me mostraram logo que ela saiu. Ela estava com o pé enroscado em algum lugar e eles tiveram dificuldade pra puxar. É uma sensação estranha quando se sente a criança saindo. Não dói, mas é estranho.
Limparam-na e levaram pro Hélio ver lá fora. Depois ele me disse que pôde segurá-la no colo, minha mãe também carregou um pouco. Gostei disso, foram atenciosos com a família.
Por ter sido cesárea tinha que ficar 10 dias internada depois do parto, saí com 9 (no total 14 dias), eu não agüentava mais.
Este post é pra todos aqueles que me olham torto quando falo que fiz cesárea. As pessoas têm um certo preconceito apenas em ouvir a palavra. Mas nem sempre a cesárea é sinônimo de comodismo, é uma necessidade. Eu queria demais que o parto fosse normal e tentei até as últimas conseqüências. O médico também colaborou e me deu toda a assistência necessária. Não me arrependo de nada apesar do susto enorme que levei.
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