Ser mãe é apodrecer no Paraíso
>> segunda-feira, 27 de março de 2006
Não, essa frase não é minha. Mas concordo, apesar do prazer de ter um filho, criá-lo é exaustivo. Nem tudo são flores. As pessoas costumam relatar os momentos gostosos passados ao lado de seus filhotes. Quando se fala de algum sacrifício é citado como uma coisa corriqueira e prazerosa apesar de tudo. Como acordar de madrugada quando o bebê chora. Ou passar a noite em claro quando de repente a criança tem febre.
Ninguém fala das dores na hora de dar de mamar. Ninguém fala que não temos tempo sequer para ir ao banheiro que a criança se desepera. Ninguém fala da tirania desses anjos tão delicados e fofinhos. Criança é foda, foda, foda mesmo se não soubermos impor-lhes limites.
Essas são algumas frases usadas por algumas mães de uma comunidade no Orkut. Uma mulher resolveu desabafar e dizer que não gosta de ser mãe, apesar de amar as filhas, detesta as obrigações do dia-a-dia. Detesta ter que correr atrás das filhas, detesta ter que cuidar da casa, passa o dia inteiro gritando alucinadamente para tentar manter a ordem (sem sucesso). Reclama que o pai não ajuda e ainda a recrimina por ela não ter paciência. Reclama do padrinho da tirana mais velha que está com 5 anos por ele tê-la mimado. Reclama da tirana mais nova de 2 anos por imitar a irmã em tudo. Reclama, reclama, reclama...
Por um lado, entendo perfeitamente o estresse, pois se não soubermos ensinar que pra tudo existem limites realmente a criança domina o ambiente e os pais tornam-se escravos de seus caprichos.
Quando leio relatos de crianças malcriadas ou vejo uma desobediente, vejo que não erro em ser tão severa com a Melissa. Às vezes tenho ataques de consciência pesada por ser tão rigorosa, mas quero-a educada e obediente. E acredito sinceramente que deve-se aprender a ter respeito desde cedo. Quando eu falo não. É NÃO! Não tem meio termo, não adianta chorar, fazer biquinho ou manha. Morro de pena quando chora mas sustento minha palavra. O Hélio nunca me recriminou por isso e reforça minhas decisões, pelo menos na frente dela. Se ele acha que eu exagerei, conversa comigo depois, longe dela. Pois mesmo que ainda não tenha nem 1 ano completo acreditamos que ela é capaz de entender se um tirar a autoridade do outro. E criança é um ser safado por natureza e sabe tirar proveito da situação a seu favor sempre que encontrar uma brecha, por menor que esta seja.
Como resultado temos uma criança que morre de medo de levar bronca, por isso é obediente. Espero poder continuar a criá-la assim. Não quero uma criança que todos olham e falam: "- Ai, que menina linda!!!" Mas não conseguem ficar 5 minutos junto com ela por causa da falta de educação. Obviamente não a castro em relação a brincadeiras. Ela grita, pula, corre (igual um chipanzé, com os braços levantados) abre a porta da sala e joga todos os brinquedos no hall de entrada, uma tristeza... Acho perfeitamente normal que ela tenha curiosidade de mexer em tudo que lhe é desconhecido. Assim como acho normal ela fazer uma manhazinha pra ganhar colo. Mas ela já aprendeu que tem que obedecer, não é tudo que ela pode pegar e levar pra boca, não é tudo que ela pode mexer. Às vezes fica brava e começa a bater nas coisas. Às vezes não está nem aí e apenas me imita quando eu dou bronca, dá risada e fica falando: "- Ah ah! Ah ah!" É TÃO bonitinho que eu acabo rindo. Às vezes chora. Independente da reação que ela tenha à bronca, pois isso varia dependendo do humor do momento, ela obedece. É uma criança que todos se encantam quando a conhecem. Ri pra todo mundo, vai no colo de todo mundo, é uma interesseira nata, e é obediente. É o meu orgulho =).
Não desejo a nenhuma mãe passar pelo que está passando a mulher daquela comunidade. O tempo passa tão rápido. Crianças crescem TÃO rápido. E ela não consegue se libertar da prisão domiciliar que ela própria criou. Passa o tempo todo reclamando de tudo e não consegue curtir as filhas. Claro que não existe apenas prazeres, existe um lado bem cansativo e estafante. Mas apesar do cansaço físico e mental é bom demais ver seu filho se desenvolvendo. Ver cada dia fazer uma coisa diferente.
Como tudo na vida, a dimensão do problema depende da importância que damos a ele. Se perdemos tempo e energia apenas vendo o lado ruim das coisas, o tempo passa sem que consigamos aproveitar as coisas boas por simplesmente não conseguirmos enxergá-las. E depois que os filhos já estiverem crescidos é tarde demais pra arrependimentos, eles jamais voltarão a ser crianças novamente para que possamos pegá-los no colo, tarde demais para fazê-los adormecer em nossos braços, tarde demais pra fazer gargalhar assoprando em sua barriga.
Nunca quis filhos, não estava preparada pra abrir mão da minha vida, da minha liberdade. Fui mãe tarde, quando realmente desejei um filho. Não me arrependo de não ter tido filhos antes, acho que a maternidade veio na hora certa. Me realizei como mãe, como mulher. Melissa é uma bênção em minha vida e agradeço todos os dias por poder tê-la aqui pertinho de mim, enchendo minha vida de alegria, de risos, de pele macia, de fralda suja, de roupa vomitada, de casa bagunçada, de noites mal dormidas... e outras inúmeras coisinhas desagradáveis que são esquecidas quando ela me dá um sorriso.
Essas são algumas frases usadas por algumas mães de uma comunidade no Orkut. Uma mulher resolveu desabafar e dizer que não gosta de ser mãe, apesar de amar as filhas, detesta as obrigações do dia-a-dia. Detesta ter que correr atrás das filhas, detesta ter que cuidar da casa, passa o dia inteiro gritando alucinadamente para tentar manter a ordem (sem sucesso). Reclama que o pai não ajuda e ainda a recrimina por ela não ter paciência. Reclama do padrinho da tirana mais velha que está com 5 anos por ele tê-la mimado. Reclama da tirana mais nova de 2 anos por imitar a irmã em tudo. Reclama, reclama, reclama...
Por um lado, entendo perfeitamente o estresse, pois se não soubermos ensinar que pra tudo existem limites realmente a criança domina o ambiente e os pais tornam-se escravos de seus caprichos.
Quando leio relatos de crianças malcriadas ou vejo uma desobediente, vejo que não erro em ser tão severa com a Melissa. Às vezes tenho ataques de consciência pesada por ser tão rigorosa, mas quero-a educada e obediente. E acredito sinceramente que deve-se aprender a ter respeito desde cedo. Quando eu falo não. É NÃO! Não tem meio termo, não adianta chorar, fazer biquinho ou manha. Morro de pena quando chora mas sustento minha palavra. O Hélio nunca me recriminou por isso e reforça minhas decisões, pelo menos na frente dela. Se ele acha que eu exagerei, conversa comigo depois, longe dela. Pois mesmo que ainda não tenha nem 1 ano completo acreditamos que ela é capaz de entender se um tirar a autoridade do outro. E criança é um ser safado por natureza e sabe tirar proveito da situação a seu favor sempre que encontrar uma brecha, por menor que esta seja.
Como resultado temos uma criança que morre de medo de levar bronca, por isso é obediente. Espero poder continuar a criá-la assim. Não quero uma criança que todos olham e falam: "- Ai, que menina linda!!!" Mas não conseguem ficar 5 minutos junto com ela por causa da falta de educação. Obviamente não a castro em relação a brincadeiras. Ela grita, pula, corre (igual um chipanzé, com os braços levantados) abre a porta da sala e joga todos os brinquedos no hall de entrada, uma tristeza... Acho perfeitamente normal que ela tenha curiosidade de mexer em tudo que lhe é desconhecido. Assim como acho normal ela fazer uma manhazinha pra ganhar colo. Mas ela já aprendeu que tem que obedecer, não é tudo que ela pode pegar e levar pra boca, não é tudo que ela pode mexer. Às vezes fica brava e começa a bater nas coisas. Às vezes não está nem aí e apenas me imita quando eu dou bronca, dá risada e fica falando: "- Ah ah! Ah ah!" É TÃO bonitinho que eu acabo rindo. Às vezes chora. Independente da reação que ela tenha à bronca, pois isso varia dependendo do humor do momento, ela obedece. É uma criança que todos se encantam quando a conhecem. Ri pra todo mundo, vai no colo de todo mundo, é uma interesseira nata, e é obediente. É o meu orgulho =).
Não desejo a nenhuma mãe passar pelo que está passando a mulher daquela comunidade. O tempo passa tão rápido. Crianças crescem TÃO rápido. E ela não consegue se libertar da prisão domiciliar que ela própria criou. Passa o tempo todo reclamando de tudo e não consegue curtir as filhas. Claro que não existe apenas prazeres, existe um lado bem cansativo e estafante. Mas apesar do cansaço físico e mental é bom demais ver seu filho se desenvolvendo. Ver cada dia fazer uma coisa diferente.
Como tudo na vida, a dimensão do problema depende da importância que damos a ele. Se perdemos tempo e energia apenas vendo o lado ruim das coisas, o tempo passa sem que consigamos aproveitar as coisas boas por simplesmente não conseguirmos enxergá-las. E depois que os filhos já estiverem crescidos é tarde demais pra arrependimentos, eles jamais voltarão a ser crianças novamente para que possamos pegá-los no colo, tarde demais para fazê-los adormecer em nossos braços, tarde demais pra fazer gargalhar assoprando em sua barriga.
Nunca quis filhos, não estava preparada pra abrir mão da minha vida, da minha liberdade. Fui mãe tarde, quando realmente desejei um filho. Não me arrependo de não ter tido filhos antes, acho que a maternidade veio na hora certa. Me realizei como mãe, como mulher. Melissa é uma bênção em minha vida e agradeço todos os dias por poder tê-la aqui pertinho de mim, enchendo minha vida de alegria, de risos, de pele macia, de fralda suja, de roupa vomitada, de casa bagunçada, de noites mal dormidas... e outras inúmeras coisinhas desagradáveis que são esquecidas quando ela me dá um sorriso.
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