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Micos

>> sábado, 29 de agosto de 2009

Quem mora fora do Brasil sempre paga um monte de king-kong no dia-a-dia. É de praxe: culturas diferentes, idiomas diferentes e, em alguns casos, alfabetos diferentes como aqui no Japão.

Vi um post do Alexandre que fala sobre uma amiga que come ração de peixe pensando ser furikake e acha uma delícia =p Lembrei de um conhecido que comia ração de gato achando que era um atum temperado, outro lavava a roupa com mochi achando que era sabão de côco e ainda achava ruim porque não fazia espuma. Para quem nunca morou aqui e não sabe, o mochi no Japão não é vendido molinho como no Brasil, nos mercados é mais comum encontrar pacotinhos secos, duros e cortados em retangulinhos. À primeira vista realmente se parece com sabão de côco, é óbvio que está escrito もち no pacote mas pra quem não sabe ler é a mesma coisa que não estar escrito nada =p

Um amigo foi cortar o cabelo e a mulher perguntou: "Katto desuka?" Aqui eles têm a mania de querer falar as coisas em inglês e com o sotaque acaba saindo algumas aberrações ininteligíveis. 'Katto' seria a forma como eles falam 'cut'. 'Katto desuka' pode ser traduzido por 'Quer cortar?' ou por 'É o Kato?' e a resposta do meu amigo foi clássica: "Chigau, Sato desu." (Não, eu sou o Sato).

Coisas da língua. Eu já contei aqui quando fui doar sangue pra Cruz Vermelha, relembre e ria novamente =p

Uma conhecida também estava em um depato em Chiba, o Robinson's. Depato ENORME com mil andares, elevador com ascensorista que para em todos os andares.

Estava ela e uma amiga conversando dentro do elevador lotado quando este para em um andar e elas perto da porta. Tinha um rapaz parado esperando para entrar e ela fala para a amiga: "Dá licença pro gordinho entrar." O 'gordinho' entrou e ficou ali atrás delas que continuaram conversando até que uma hora ela recebe um cutucão no ombro: "Dá licença pro gordinho sair?". Meu, o cara era brasileiro também =D

A tia de uma prima estava andando perto da estação em Ota (reduto de brasileiros) e é parada por um senhor. "Suimasen, ano... ano..." (Com licença, é... é...) "Ano... mimizão dokodesuka?" (É... onde está o 'mimizão'?) Mimi é orelha em japonês, o cara procurava um orelhão huahuahua... Óbvio que ela só entendeu porque é brasileira (e paulistana), né.

Tenho ainda muitas histórias do mesmo naipe, minhas e que me foram contadas. Coisas boas pra lembrar e dar boas risadas.

Em tempo: Telefone público em japonês é Koshu denwa ;)

6 Comentário(s):

Anônimo,  1:25 AM, agosto 30, 2009  

Oi Herika.

Adorei a do gordinho. Coitado de moço ...

Bjs.
Elvira

Unknown 8:40 AM, agosto 30, 2009  

Hahahaha adorei todas, mas a do Gordinho está demais :D

Eu me lembro que ligavam no telefone de casa para falar com uma pessoa que não morava lá, então como não sabia dizer que era engano, só respondia: Ele não está. E a pessoa vivia ligando mais tarde pra falar com o fulano hahahaha.

Mas depois de 1 mês mais ou menos, eu aprendi :D

Luiza Hidemi 11:37 PM, agosto 31, 2009  

eu cheguei aqui sem lembrar direito como era falar nihongo
eu entendia bem, pois fui criada ateh os 5 anos soh falando em japones.
mas a falta de pratica me fez incapaz de criar frases...
entao na hora de comprar eu soh sabia falar kore
minha irma conta pra todo mundo copmo foi q comprei meu primeiro som aki no jp
fui do KSdenki chamei o moco, e falei kore, e o cara ficou me olhando sem entender, e eu falndo kore wa kore... eto... kore desu... hmmm kore wa... kkkkkkkkk
soh qdo cheguei em casa que lembrei que poderia dizer kore ni shimasu, ou kore kaimasu... tsc tsc

Ciça Donner 6:04 PM, setembro 08, 2009  

Manas, micos, king kongs e afins sao minhas especialidade nessa terra!!!

meire 6:50 AM, fevereiro 26, 2011  

Eu achei muito engraçado a do mimizão. Eu também tive os meus micos. Eu entrei na loja de 1,99 japonesa e, como não estava encontrando, perguntei à atendente onde havia "mimifone". Ela "entendeu" e me mostrou em maõs. Quando cheguei em casa, eu ria, porque deveria ter perguntado pelo earfone ou イアーフォン. Outra vez, carregava uma sacola com bandejas de isopor, algumas latas e uma garrafa de espumante Cereser -que meu irmão deixou para brindar o Ano Novo - para deixar no setor de coleta seletiva do supermercado. No entanto, resolvi passar antes no banco para conferir meu saldo. Fui ao supermercado. Fiz as compras. Depois de quatro dias, dei falta daquele lixo: será que eu joguei? Mas não lembrava. Aí me dei conta de que tinha deixado o lixo do lado do caixinha eletrônico do banco...

Unknown 11:46 AM, fevereiro 26, 2011  

Hahaha Meire, você é das minhas. Apesar de saber falar, vivo dando foras e pagando muitos micos mesmo depois de 20 anos nessa terra XD

Beijos!!!

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