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Pensando... ("tentando"... :p)

>> sexta-feira, 9 de junho de 2006

Esses dias, com o falecimento da mãe da Su, me peguei pensando novamente na minha relação com meus pais. Sempre fui muito rebelde e dona do meu nariz, sempre detestei que me ditassem ordens. Sempre tive um gênio terrivelmente forte. Infelizmente, ou não (não sei), Melissa puxou isso.
Quando estava grávida eu rezei muito, mas muito mesmo, pra que ela nascesse com a docilidade do pai. O Hélio é uma pessoa super calma, paciente, amável com todos, muito compreensível, diplomático e é o sossego em forma de gente. E pelo que todo mundo me fala, ele nasceu assim e é assim até hoje. A mãe dele me diz que nunca conheceu alguém que tenha mudado tão pouco, ou nada, com o passar dos anos como ele. Não pensem que ele é um bundão, ele tem suas idéias e seus valores que defende ferrenhamente, apenas não explode por qualquer coisa, para tirá-lo do sério é preciso ser algo muito grave.
Hoje li o blog da Akemi e o último post dela me fez pensar mais ainda em como é difícil educar um filho. Lembrei-me que uma vez escrevi pra Alice: "Engraçado como só aprendemos a ser filhas, depois de nos tornarmos mãe." E é verdade. Somente depois que a Mel nasceu eu aprendi a me portar como filha, até então eu era apenas uma criança mimada e voluntariosa. Hoje me pego passando pra Melzinha os mesmo valores de educação e respeito que recebi dos meus pais. Consegui entender que por amá-la demais, quero-a sempre educadinha e desejo que ela seja amada por todos, por isso sou muito rigorosa. Esse mesmo rigor que sempre reclamei nos meus pais. Entedi que amar não significa ser permissivo, amar envolve muitas coisas...
Por amor a ela e ao Hélio estou me tornando uma pessoa melhor. Mudei muito. Isso aconteceu gradativa e lentamente, sem que eu percebesse. Quando eu era adolescente sempre ouvia a frase "é culpa das companhias" quando alguém tomava um rumo errado na vida. Sempre achei besteira, pois eu tinha a minha cabeça e uma personalidade forte. Agora vejo que é verdade. A convivência com alguém mais calmo me fez uma pessoa mais calma também. Estamos juntos há 4 anos, desde a copa passada :p e nunca brigamos, nem uma discussãozinha sequer. Sempre pudemos conversar sobre as coisas que nos incomodam e por respeito evitamos. Ele nunca me proibiu de fazer alguma coisa, nunca me deu ordens. Nunca encontrei alguém com quem me identificasse tanto. Cúmplices até no silêncio. Tive alguns namorados que quando ficava aquele silêncio dentro do carro, a gente se sentia incomodado. Sempre tinha que pensar em algo pra puxar conversa. Com ele não, podemos ficar quietos apenas curtindo a paisagem, ou a música, ou apenas a companhia um do outro.
Realmente mudei demais. Quem me conheceu há alguns anos atrás jamais me imaginaria assim: casada, com filhos e... dona de casa. Isso eu não imaginava nem em meus piores pesadelos, sempre fui rueira e independente demais pra criar raízes. Mas sabe... descobri que não é ruim, não. Aliás, estou adorando minha vida de Amélia :D

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