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Devaneios

>> terça-feira, 8 de março de 2011

Criança quando cisma com um desenho assiste a mesma coisa até todo mundo na casa cansar e ter vontade de jogar o DVD fora #fato >.<

A bola da vez é Up - Altas Aventuras. Melissa e Karina já decoraram as falas mas desde a semana passada nenhum outro DVD tem o direito de entrar no player.

Amo as animações da Disney. E o meu preferido ever é A Bela e a Fera. Sonho em um dia ter uma biblioteca igual à do castelo da Fera. Um sonho pra qualquer pessoa apaixonada por livros como eu.

Mas desde que assisti as aventuras do 'seu' Fredricksen ou o カールじいさん (Kalu-jiisan, como Karina chama ^^) fico na dúvida de qual é o preferido agora.

Essa animação conseguiu me fazer chorar nos primeiros minutos. Pleonasmos à parte, acho de uma perfeição primorosa a sequência que mostra o casamento, a vida em comum, o sonho da maternidade, a triste descoberta de não poder ter filhos, o sonho de viajar ao Paraíso das Cachoeiras, os imprevistos que sempre fazem o dinheirinho juntado se esvair, a alegria de poder ter a companhia do outro, a idade que avança impiedosamente, até a morte de Ellie. Tudo facilmente compreendido sem precisar de uma única palavra.

E para quem for me indicar WALL-E, já aviso que não gostei. Poético mas cansativo #boring




Chorei a primeira vez que assisti e continuo chorando sempre que assisto, mesmo sabendo o que vai acontecer XD

Me faz pensar em tantas pessoas mau-humoradas que conhecemos e acabamos nos afastando sem saber o que as deixou assim.  Sem querer ajudar, sem querer enxergar como um ser que tem sentimentos.

As pessoas que rodeiam Carl Fredricksen agora, só enxergam o velho rabugento que ele se tornou: um homem inflexível, irascível e intratável. Ligado à velha casa sem motivos aparentes, mas sem nunca tentarem entender o valor sentimental que aquele lugar tem em sua vida (dá licença que sou sentimentalóide, sim).

Ellie, com sua vivacidade e agitação, sem dúvida foi como uma máquina propulsora na vida de seu marido, e quando ela se foi, Carl enterrou junto sua alegria de viver, aliás parece é ter enterrado toda a alegria do mundo.  Ele era um menino comum, com sonhos de aventuras, se apaixonou, amou, fez a alegria de muitas crianças com seus balões e sofreu, sofreu, sofreu e sofre.


A solidão é um dos piores castigos que podemos receber.  Não consigo me imaginar sem minha família, sem amigos, sem ninguém...

Todos carregamos uma história e nem sempre conseguimos superar algumas dificuldades.  Pessoas que carregam um peso no coração dificilmente conseguem enxergar que não precisam sofrer pelo resto da vida e acabam, salvo algumas raras exceções, ficando mau-humoradas e chatas de doer.

Se todos soubessem o que aconteceu com Carl, talvez fossem um pouco mais compreensivos e condenscedentes.  Assim como nós também podemos ser mais tolerantes com algumas pessoas que nos rodeiam.

Esses dias recebi uma frase mais ou menos assim: "Não sou capaz de mudar as pessoas, mas posso mudar meu modo de olhar para elas". (Infelizmente não lembro onde li e tampouco sei o autor)

De repente, parece que o mundo me manda sinais para que eu seja mais paciente, da mesma forma que gosto que sejam pacientes comigo. Para que eu não seja intransigente e não pré-julgar.  E a não julgar também.

Não que eu faça essas coisas.  Essas lições aprendi de outra forma, mas nunca passei pra frente.  Talvez esteja na hora de dizer às pessoas que podemos aprender a olhar as pessoas como 'pessoas' e não como 'velhos', 'chatos', 'idiotas' ou qualquer outro adjetivo depreciativo.  Não que isso vá mudar o mundo, mas pode melhorar o nosso mundinho particular quando não deixamos a irritação nos dominar.

Às vezes as pessoas só precisam que alguém olhe para elas para que possam voltar a sorrir.

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